Maioria dos presidentes não fala inglês
Segundo levantamento da Catho, apenas 13,7% dos dirigentes de empresas dominam completamente o idioma
Ana Paula Lacerda (estadao)
Um dos sócios da Arc Talent Recruiters, Francisco Ramirez, diz que mais complicado que achar um executivo fluente em inglês é achar um fluente em espanhol (Aí gente a Tânia do mestrado em linguistica aki na Federal é uma ótima professora de Espanhol!). "Todos afirmam que falam a língua. Mas, no mundo dos negócios, ?portunhol? não resolve", diz. Ele afirma receber com freqüência pedidos de busca de executivos fluentes em línguas estrangeiras. "Recentemente têm chegado pedidos de mandarim. Sempre que chega um pedido com exigência de idiomas, eu questiono a empresa sobre as funções do executivo, pois nem sempre um segundo idioma precisa realmente ser um pré-requisito."
Para Cavalheiro, o essencial é o conhecimento profundo do inglês. "Esse é o idioma dos negócios. Antes de se aventurar por uma 3ª língua, o executivo deve ser capaz de se expressar bem em inglês e se sentir seguro para negociar nessa língua." A partir do momento em que o inglês está garantido, ele aconselha que a 3ª língua esteja relacionada ao dia-a-dia da empresa. "Se for uma empresa francesa, o francês. Espanhola, o espanhol e assim por diante." O espanhol, após o inglês, é a língua mais falada pelos executivos brasileiros, seguida pelo italiano e o francês.
Para atender essa demanda executiva, escolas e empresas estão fazendo parcerias. A Aliança Francesa (aêê Dionísio, vê se aprende frances direito qdo ce for pra Europa!), maior rede de ensino de francês do mundo, tem parceria no Brasil com empresas de origem francesa e escolas, como Accor, Carrefour, Peugeot, Fundação Getúlio Vargas e ESPM para realizar aulas no próprio local de trabalho. "Há cerca de 350 empresas de origem francesa no Brasil", diz o presidente da Aliança Francesa no País, Pierre Jean Dossa. "Para os executivos que desejam trabalhar em cargos voltados para o comércio exterior ou ter um contato maior com a matriz, seja de que país for, conhecer a língua é fundamental."
O conhecimento da língua é o primeiro passo para um maior conhecimento da cultura dos outros países. "Esse talvez seja o maior desafio. Se o executivo não consegue se comunicar, não vai pegar as nuances de cada cultura", diz o consultor da DBM, Pedro Frascino.
O diretor de operações internacionais da Sadia, Guillermo Hendersen, diz que seu conhecimento de idiomas foi tão valioso quanto o diploma, para a ascensão profissional. Fluente em espanhol (que aprendeu em casa) e inglês, logo chegou à área de exportações de uma empresa de engenharia mecânica.
"Depois, na Sadia, essa segurança nos idiomas me permitiu não só ter mais contato com os países que falam essas línguas como conhecer outras culturas", conta. O executivo morou na Europa e no Oriente Médio. "Quem pretende um dia trabalhar nessas áreas precisa saber se comunicar. Nenhuma empresa pode correr o risco de um acordo ser fechado sem que ambas as partes tenham compreendido exatamente os termos do negócio."
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Realmente, qdo paramos para refletir sobre a língua, ou línguas, vemos o quanto estas sao uma expressão cultural diretamente ligada a identidade de uma pessoa, ou grupo. O que se faz um gde desafio é colocar em pratica a idéia de que aprender com as diferenças da língua é benéfico. Tendo a oportunidade de conversar/conviver recentemente (e atualmente) com pessoas de outras regiões do nosso próprio país, calouros do centro-oeste mais recentemente e veteranos do nordeste, pude perceber mais uma vez o qto temos a tendência de relutar em aceitar o que é diferente, alien à nossa região geográfica, social, econômica, cultural, oral.
que meus amigos das ciências sociais me dêem uma luz.
Tá aí um exercício diário que exige bastante esforço, pelo menos da minha parte. Mas como o mercado ($$$$) exige que nós falemos línguas estrangeiras para "entender" a cultura estrangeira, para que possamos fazer negócios e lucrar, ao mesmo tempo em que nao temos o menor incentivo para aceitar e/ou entender as diferenças dentro de nossa própria casa? Até que ponto é razoável que o sistema corporativo-comercial-financeiro dite que temos de nos esforçar em aceitar uma cultura externa imposta, mas ao mesmo tempo deixa de lado as variantes culturais domesticas, tendo-as como pobres, primitivas, caipiras, e elevando a "variante culta" de fala e escrita? Sem questionar a importancia de aprender outros idiomas e culturas... mas pq primeiro a DELES, ou apenas a DELES? Tá certo, todo mundo precisa comer e ter um teto pra morar, mas como as condições acima citadas saíram do plano do absurdo para se tornar realidade imutável(?), pré-requisito para a sobrevivência, é uma boa pergunta.
Não ao dialetocídio.
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