Wednesday, March 26, 2008

Vovó de Ipanema

Tantas mulheres a mais na praia do que homens...

Em viagem não tão recente ao Rio de Janeiro não pude deixar de notar a economia no uso de peças de vestuário, da Linha Amarela à Copacabana, do aeroporto à Ipanema, e meus pensamentos se voltaram quase que imediatamente à demografia. Como em outros países em que a população está envelhecendo, o Brasil tem mais mulheres do que homens. Mas no Rio o desequilíbrio é especialmente escancarado: enquanto São Carlos apresentou 82.958 mulheres e 80.245 homens residentes no último senso, com 1,033 mulheres para cada homem (talvez sejam as escolas de engenharia) no Rio a razão é de: para cada 100 mulheres há apenas 86,4 homens, de acordo com o IBGE. Okay,vamos pegar um exemplo mais neutro que São Carlos, São Paulo então: mulheres - 4.620.804, homens - 4.106.513, 1,125 mulheres para cada homem (!).

A média brasileira é de 95 homens para cada 100 mulheres, e o Rio está bem fora desta estatística. O que acontece? Será que isso explica o tamanho dos biquínis?

A resposta em parte pode estar em três forças que regeram o país nas últimas décadas. Como no resto do país o Rio sofreu uma extraordinária transição no índice de nascimentos. Mesmo com a Igreja Católica e o governo desencorajando a contracepção por décadas, as espertas mulheres brasileiras decidiram ter menos filhos. Muitas optaram por esterilização. Um estudo do demógrafo José de Carvalho da UFMG sugere que até 40% das mulheres de 15-49 anos se tenha esterilizado. "Você encontra algumas famílias onde três gerações de mulheres foram esterilizadas após darem a luz," afirma.

Como resultado o índice de fertilidade caiu de 6.2 bebês vivos por mulher em 1960 para cerca de dois atualmente, e as pessoas continuam vivendo mais e mais. Nos últimos dez anos a expectativa de vida saltou de 68,9 para 72,4 anos. Uma população mais velha significa menos homens pois as mulheres tendem a viver mais.

Segundo, durante os últimos 50 anos milhões de mulheres mudaram-se de áreas rurais para cidades, onde mto frequentemente encontram empregos como domesticas. Isso aumentou ainda mais a diferença homens-mulheres nas cidades em comparação com o campo. Copacabana, apenas seguindo a praia Ipanema abaixo, é um dos lugares onde se encontra um dos maiores desequilíbrios em todo o país graças a alta concentração de mulheres acima dos 65 anos de idade e suas empregadas.

O terceiro fator seria a violência. A taxa de assassinato no Rio, em 40 a cada 100.000 habitantes, é extraordinariamente alta, e a maioria das vítimas são homens jovens.

Cientistas evolucionistas desenhariam uma linha reta ligando o número reduzido de 'machos', 'parceiros em potencial' para os bem educados, diretamente à necessidade das cariocas de ir a níveis além para conquistá-los... e à biquinis cada vez menores... Mas parece improvável, dado que o desequilibrio parece ser mais por causa do envelhecimento. As vovozinhas do Rio, que são as mais afetadas tadinhas, são - na massacrante maioria - um grupo tranqüilo e bem-comportado. O problema do biquini vai exigir um estudo mais profundo.

2 comments:

  1. Fenômeno demográfico explicando o a pouca roupa, no minimo criativo, mas quando eu tava lendo eu achei q vc iria concluir dizendo que a causa das pequenas faixas pretas ocorreram devido aos metodos de prevenção a filhos e doenças q tbm ñ deixa de ser um fator heshehehe

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  2. shuahushausuahsa
    sim criativo, apesar de a quase ausência de roupas nas cariocas suscitar questões existenciais profundas e incomuns,inerentes ao ser humano, como a acima citada, da demografia

    :D

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Oi, você gosta de pão?