Wednesday, January 28, 2009

Do sopro de graça que poliniza o árido

O ontem e o amanhã
se dividem pelo mesmo sol.
Mas como são diferentes,
o ontem e o amanhã.

Do deserto para a vida,
tão rápido que crer difícil torna,
não em uma de avião viagem,
mas do coração miragem.

Luz como a do Sol distorce
o pensamento. E a graça,
perfume da visão,
faz ébrio meu clamar ao firmamento:

Mais que se esforce
pode o homem apagar de sua carne
a imagem de cisnes a voar,
olhos negros contemplando
na terra Vênus saudando,
dança ao dormir do dia?

O ontem e o amanhã
não se dividem pela mesma luz.
E como são diferentes
o ontem e o amanhã.

Será o raiar que me despertou do deserto-ontem
quiçá contemplado novamente?
Será refletido na lua-guia
a um amanhã de cores?



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